Já se passaram mais de dois meses desde que cheguei aos Estados Unidos. Tudo tem acontecido bem diferente do que o esperado (para variar...). Minhas expectativas foram superadas durante a primeira semana e elas vêm caindo ao decorrer do tempo.
Para começar, eu não esperava que a minha primeira semana no Arizona fosse tão especial como foi. Eu estava até nervoso no Brasil porque tinha lido que teria que apresentar uma mini-aula em português e teria muitas palestras e apresentações. Imaginei algo bem sério, acadêmico e com cara de com certeza ia me estressar. Eu estava certo até certo ponto.
Quando avistei Phoenix - capital do Arizona - do alto do avião, eu vi uma América que a gente não costuma ver nos filmes de Hollywood: quente, árida e nem um pouco atraente para turistas. Não há nada para fazer na cidade. A primeira impressão que se dá é que Phoenix só tem cactos e um calor da porra! Bem, talvez isso seja verdade, mas como dizem por ai em palavras torpes ''o que faz o lugar são as pessoas'' e eu não poderia concordar mais. Eu conheci pessoas tão maravilhosas e simpáticas que tornaram aqueles dias inesquecíveis e muito especiais. Desde a chegada no aeroporto quando conheci um estudante da Arizona State University super simpático, prestativo e interessado falando todo orgulhoso ''nasci e cresci no sol'' até o jantar final com representantes do mundo inteiro - tudo foi incrível.
Éramos cerca de 50 pessoas na reunião dos bolsistas - dentre os 50, três brasileiros. Representes dos quatro cantos do mundo - Argentina, Colombia, Tunisia, Indonesia, Senagal, França, Alemanha, Japão, só pra citar alguns. Todos estavam ali para entender melhor qual era nosso papel como professores de língua nos EUA e uma prévia do que iriamos encontrar. As palestras foram super interessantes e mesmo durando muitas horas não foram nada entendiantes. Assuntos sobre como as universidades americanas funcionam, nossos deveres e funções foram os temas mais abordados. Claro que o que foi interessante foi tanta mistura, tanta gente de culturas e países tão diferentes juntos no mesmo lugar com o mesmo propósito - tornar os EUA um país menos monolíngue e mais aberto a culturas estrangeiras. E tenho certeza que cada um tem feito sua parte para ensinar suas línguas e sua riqueza cultural por todo o país.
Tivemos também um passeio guiado pelos ''pontos turisticos'' de Phoenix e Tempe. Claro que a atração principal foram os cactos! São super divertidos. Cada um tem uma forma diferente - como a natureza é criativa!
A minha aula de português foi super tranquila. Dividiram a gente em grupos de 9 pessoas e cai com argentinos e indianos. Fiquei um pouco decepcionado de ter caído com latinos - afinal, a graça ali era aprender um pouco de uma língua bem diferente! Mas pelo menos tinha os indianos! De qualquer forma, Hindi pareceu tão difícil que agradeci de ter espanhol ali! Fizemos um mini dialógo em português e as críticas dos professores da universidade foram bem positivas.
No último dia, tivemos um grande banquete onde cada um foi vestindo uma roupa típica do seu país. Apenas usei uma camisa da seleção brasileira, mas que foi suficiente para monte de gente querer tirar fotos minhas e por coincidencia, a menina da Alemanha tava com camisa da seleção alemã e brincamos com a nossa rivalidade no futebol através de dezenas de fotos. Foi tão bom e enriquecedor conversar com gente de tantas partes do mundo, todos contando curiosidades - como a menina coreana falado que na Coreia os bebês já nascem com 1 ano porque se conta os meses na barriga da mãe, logo, todos são um ano mais velhos na Coréia -. Enfim, me fez sentir o quão grande e rico culturalmente esse mundo é e quão diferente e ao mesmo tempo iguais nós somos. Nunca vou esquecer! Obrigado Fulbright!


Nenhum comentário:
Postar um comentário